Por Juliana Ramiro
Me olha
Me deixa
Me devora
Me gela
Te esquento
Te pego
Te ligo
Te beijo
Me usa
Me toca
Me enrosca
Me espera
Te olho
Te roubo
Te devoro
Te quero.
Por Juliana Ramiro
Me olha
Me deixa
Me devora
Me gela
Te esquento
Te pego
Te ligo
Te beijo
Me usa
Me toca
Me enrosca
Me espera
Te olho
Te roubo
Te devoro
Te quero.
Por Juliana Ramiro
Faz tempo que não escrevo nada aqui, mas não encarem isso como um abandono, foi um encontro, comigo. Na teoria eu sempre soube que o mundo gira e a nossa vida junto. Na prática, essas voltas ainda me deixam tonta.
Eu só consigo escrever no blog quando tenho algo a dizer e eu tinha, mas não soube dar uma cara pro que tava sentindo, porque tava sentindo demais. Não tinha algo para dizer, eu tinha muito.
Hoje, passeando pelos vídeos da Ana Carolina, acabei ouvindo Eu Não Paro. A música é linda e andava afastada do meu playlist por falta de identificação minha com ela. Eis que o bom filho a casa torna, não é isso?
Eu achava que tava bem, que tava sendo feliz, que tava no caminho certo, que tinha tudo que precisava. Achava. Agora já acho que não.
“Quando eu vou parar e olhar pra mim?
Ficar de fora
E olhar por dentro
Se eu não consigo
Organizar minhas idéias
Se eu não posso
Se eu esqueço de mim?
Eu pensei que fosse forte
Mas eu não sou
Quando eu vou parar pra ser feliz?
Que hora?
Se não dá tempo
Se eu não me encontro
Nos lugares onde eu ando
Nem me conheço
Viro o avesso de mim
Se eu não sei o que é sonhar
Faz tanto tempo
Tanto mar
E o meu lugar
É aqui!
Uma rua atravessada em meu caminho
Nos meus olhos
Mil faróis
Preciso aprender a andar sozinho
Pra ouvir minha própria voz
Quem sabe assim
Eu paro pra pensar em mim?”
Não consigo escolher apenas um trecho desta linda canção, porque toda a música faz TOTAL sentido pra mim. Ainda não sei olhar pra dentro, minhas idéias seguem na mesma bagunça de sempre, ainda penso muito nos outros e viro o avesso de mim, contudo, agora eu consigo perceber que tem algo errado nisso e que preciso me encontrar. Sem medo, sem medidas, sem receios. E quem sabe esse encontro não seja no mar? Mais um sonho a se tornar real, ou a deixar de ser sonhado..
Por Juliana Ramiro
Existem filmes que a gente assiste no mínimo uma vez por ano, são roteiros obrigatórios. Há quem ache perda de tempo ver a mesma coisa, eu não. Acho que o filme é o mesmo, mas os olhos que o assistem agora têm mais do que tinham antes, a cabeça também, e isso tudo traz outra concepção, nem melhor, nem pior, apenas outra.
Essa semana foi a vez de rever Cidade dos Anjos. Esse filme sempre me abala. Sofro pensando que os protagonistas não vão aproveitar o sentimento que carregam, o sentimento que deu a vida humana a um deles. Amor, paixão, carinho. Emociono-me de pensar que muita gente daria tudo para ter o que eles conseguiram. Algo forte, de verdade, e, os dois recebem essa graça e não tem tempo de usar, não o tempo que gostariam. Como a vida é cruel na maioria das vezes.
Lembro que quando era mais nova, tinha medo de que a cena se repetisse na minha vida, que eu perdesse o meu verdadeiro amor para o destino. Hoje, isso já nem é tão importante assim.
Atualmente, o que martela na minha cabeça, é a questão tema do filme: você trocaria a eternidade para tocar apenas uma vez em alguém? Valeria a pena? Sim. Sou daquele tipo de pessoa que é incapaz de ficar num estado cômodo, pesando os prós e contras das suas atitudes, pensando se mudar realmente valeria a pena. Pra mim, tudo sempre vale. Um sentimento novo, um perfume novo, um brinquedo novo, o novo vira e mexe torna-se vital pra mim.
Tem dias que perco o sono viajando nessa minha necessidade, pensando que nunca vou estar plenamente feliz com nada, porque sempre há de vir uma novidade. A vida é sempre uma surpresa, grata ou não. Será que alguém é plenamente feliz? Ou o que existe é gente que se acomodou com o que tem, mesmo que isso seja pouco ou insuficiente? Não sei.
Hoje, uma amiga me disse: – eu parei de sofrer por não ser uma pessoa de ações e sentimentos estáveis. E disse mais: – acho que tu devias parar de sofrer também, a vida é muito curta pra gente ficar preso no que julgamos o mais correto.
A grande questão é:
Você trocaria a eternidade para tocar apenas uma vez em alguém ou viveria a eternidade imaginando como poderia ter sido?
A vida abre os caminhos. A gente faz as trilhas..