Por Juliana Ramiro
O que sobrou de nós foi uma linda árvore lá fora
E olho para ela, tentando extrair da sua beleza, uma beleza nossa, que já não existe
Ela é grande, parece forte, e mesmo no escuro, ainda posso vê-la
Possui uma luz própria, que eu queria que nós tivéssemos, para que ficássemos lado a lado mesmo nos dias mais escuros
Em noites de lua cheia, parece que a nossa árvore invade o quarto e me acolhe em seus grandes galhos
Consigo dormir em paz
E pensar que ela sempre existiu e que precisei de ti para vê-la
E agora, a nossa árvore, é só minha
Tudo que construímos neste pouco tempo, vai sendo só meu e só teu
Tem noites que meu coração aperta e choro, pensando que tínhamos tudo para sermos felizes
E ao mesmo tempo, nos faltou o principal
Aos poucos teus detalhes, que me deixaram tão apaixonada, vão sumindo
E já não choro, e já não ligo e já não sonho os mesmos sonhos
E a árvore segue ao meu lado, me fazendo companhia todas as noites
E sendo, pra mim, o que de belo sobrou deste passado
Poesia inspirada na música Un Buen Perdedor, de Sin Bandera
“Y si el viento hoy sopla a tu favor
Yo no te guardaré rencor
No, claro que sé perder
No será la primera vez
Hoy te vas tú, mañana me iré yo”.