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I can’t take my eyes off you

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Juliana Ramiro (22-06/10)

Hoje, ouvindo a música “The Blower’s Daughter”, de Damien Rice, tive uma vontade imensa de voltar a sentir algo que senti no passado. Não sei se para todo mundo é assim, mas o cantor, em cada palavra dita, traz-me um desespero apaixonado.

Um sentimento desses tão grandes que a gente não come, não trabalha, não faz nada direito só pensando na dona ou dono deste sentimento. Um sentimento que a gente passa 24 horas lembrando dos pedacinhos daquela pessoa, de todos os detalhes, e vai despedaçando e compondo ela na cabeça.

Um sentimento que faz a gente precisar daquela pessoa como precisa de água, como precisa de ar, até muito mais do que a gente precisa dessas coisas. Sentimento que faz a gente chorar de rir, chorar de saudade e chorar de chorar, porque nem tudo tem explicação, a gente fica emotivo e ponto.

Sentimento que nos faz escrever, e rabiscar num papel, e achar que nenhum escrito é bom o bastante para mandar, mas a gente manda mesmo assim, porque sente a necessidade de lembrar para aquela pessoa que a gente não se esquece dela por um segundo se quer, e que a gente tem medo de ser esquecido.

Um sentimento que nos faz correr para levantar da cama, e correr para o trabalho, e correr pela rua, até poder correr para os braços daquela pessoa de novo. A gente corre porque parece que o tempo tá correndo junto. Um sentimento que nos faz perder a hora, perder a fórmula de como se respira, perder o tino, perder o prumo, perder-se num simples olhar.

Um sentimento que nos faz cantar no chuveiro, cantar no trabalho, cantar no carro, na rua, na frente do prédio daquela pessoa. Sentimento que nos faz jogar tudo para o alto, mas nunca jogar o mais importante.

Sentimento que nos faz ouvir uma manhã inteira “The Blower’s Daughter” para ter um pedacinho dele de volta..

Tu

Juliana Ramiro

Ainda pensas em mim?
Ainda achas que a gente não é pra agora?
Ainda julgas ser menos que eu?
Ainda indecisa?
Ainda analisas outras propostas?
Ainda em outro país?
Ainda com o mesmo sorriso?
Ainda com o mesmo gosto?
Ainda com a mesma cor?
Ainda com o mesmo cheiro?
Ainda com a mesma voz?
Ainda com os mesmos planos?
Ainda lembras dos nossos planos?
Ainda ligas com freqüência pra casa?
Ainda reclamas do próprio corpo?
Ainda usas aquele anel no dedo?

Eu ainda guardo teu anel comigo.
E ainda penso em ti.
E ainda preciso te ver.
E ainda te espero..

Os versos mais tristes

Juliana Ramiro (06/07/06)

Esses são os versos mais tristes que já escrevi
Do amor mais profundo que vivi
Do pesar mais difícil
Da solidão mais nostálgica
Da morte mais lenta

Esses são os versos mais tristes que já escrevi
Da abstração mais repugnante
Do sorriso mais imediato
Do sonho mais sonhado
Do coração mais destruído

Esses são os versos mais tristes que escrevi
Da canção que embala o nada
Da vibração que em pouco se acaba
Da eternidade que vira pó
Do sofrimento de um ser só.