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Depoimento para um grande amigo…

fa

Por Juliana Ramiro – 14/07/10

O Fá me conhece tanto que parece que nasci amiga dele. Como sempre me diz, ele é uma espécie de pai pra mim, daqueles que sabem o que é melhor pro filho e ficam torcendo pelo sucesso do piá. Ele é meu companheiro de comilanças, e o autor da maionese que mais amo. É, também, a minha dupla invicta em qualquer jogo – a gente nunca perde -, e minha dupla em transmissão de pensamentos. O Fá é o meu amigo pra TUDO. Falando apressadinho, um pouco desafinado, num tom conselheiro, ele sempre me ajuda, seja pra salvar uma piscina verde ou me salvar de mim mesma. Ele é o MEU “…”, o meu orgulho, o meu “ora ora” e daqui pra frente, uma das minhas maiores fontes de saudade.

“E voe por todo mar e volta aqui pro meu peito”

Ass. Chun-li chorrrrando.

Ainda sou capaz de cometer uma loucura por mais um sorriso teu

Por Dimi Aguiar

Transito entre os escombros daquilo que fomos
Hoje a saudade é uma aliada, pois é o que faz recordar teu cheiro

É provável que nunca mais nos vejamos, mas disso eu ainda não abri mão
Percorro pela tua casa, tua pele e teu sono com a mesma intimidade de antes

Temo por minhas idéias, muitas vezes me desconheço
Os lugares pelos quais estivemos me são estranhos

Fico tentando salvar o que já se foi pelo mar
Pelo mar azul esverdeado, com coqueiros pela orla e o cenário do melhor amor

A dúvida do que existiu
O sentimento sufocado entre letras e notas

A última canção
O último olhar
O último abraço que não existiu

Apenas o choro que não cessou
Morro de saudade das tuas mãos
E a vontade louca de te ter, de te entender e de voltar a ser

As lembranças estão aqui em seus cantos a me perturbar
Tenho esperança da volta do teu desequilíbrio, do teu desespero por mim

Estou entregue à paixão que um dia experimentei
Ainda sou capaz de cometer uma loucura por mais um sorriso teu….

O Itororó faz parte da minha vida

Juliana Ramiro (junho/2008)

O Itororó faz parte da minha vida e, humildemente, posso dizer que minha existência contribuiu para a escola ser o que é hoje. As primeiras recordações que tenham são de quando eu tinha de três para quatro anos. Hoje, tenho quase 20. O prédio da escola era verde claro, o pátio de areia e a cerca de madeiras caídas.

Lembro que tinha uma horta no fundo do pátio, e alguns pés de bananeira. Tão plantadas na escola quanto os legumes da horta, Cilene Ramiro e Loiva Maria dos Santos, com a sineta em punho, coordenavam a entrada dos alunos.

Eu adorava a tal sineta. Ela ainda existe e é usada. Pensando agora, quantos dias fui para o Itororó, por que não tinha com quem ficar em casa, e me comportava bem em troca de alguns minutos chacoalhando a sineta da tia Loiva.

O Itororó, desde muito, é a segunda casa da minha mãe, Cilene. Por isso, acabei ganhando alguns tios e tias. Lá, coisa que não vi nas outras escolas que estudei, as pessoas são tratadas de maneira muito especial. O envolvimento de quem trabalha é além das 40, 20 horas estipuladas pelo Estado. Aquele papo de que no futuro não vão mais existir professores e escolas tradicionais, que será tudo pelo computador, parece-me absurdamente impróprio se tratando do Itororó. O bairro Ermo, a Vila Chega Mais ganham muito com a escola, que hoje já tem mais salas de aula, mais cimento do que areia, uma tela envolvendo o terreno e até a arte do grafite. Desconheço a existência de outra escola com tantos projetos envolvendo pais, alunos e professores.

Quando digo que faço parte da escola é por que passei minha vida toda andando por aqueles corredores. De início eu comia a merenda, entregava os bilhetes mimeografados. Depois, com o passo dos anos, fui vestindo mais a camisa. Fui professora voluntária de violão, montei grupo de canto, virei fotógrafa oficial, e, nas últimas formaturas, até arrisquei umas palavras como mestre de cerimônia. Mais, certamente, o que fiz de maior para o Itororó, foi entender e aceitar o envolvimento da minha mãe com as causas da escola. E, principalmente, entender que além do Rafael, eu tinha mais um bocado de irmãos que precisavam de muita atenção. Com a escola aprendi a dividir. Dividir a atenção da minha mãe, dividir meu tempo, achando horários para ajudar o Itororó..