Arquivo da categoria: Autoria própria

Categoria de textos escritos pela autora do blog.

Desafio Literário

Evandro Oliveira, autor do blog Sabor da Letra, respondeu ao desafio e lançou o mesmo para quem se interessasse. Vivian Carvalho, do blog pecado é não morder a maçã, participou e comentou que eu iria gostar. Aqui estou.

1 – Existe um livro que você leria e releria várias vezes?

Soldados não Choram – Roldão Arruda

2 – Existe um livro que você começou a ler, parou, recomeçou, tentou e tentou, mas nunca conseguiu ler até o final?

Comprometida – Elizabeth Gilbert

3 – Se você escolhesse um livro para ler para o resto da sua vida, qual seria ele?

100 Sonetos de Amor – Pabro Neruda

4 – Que livro você gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?

Operação Massacre – Rodolfo Walsh

5 – Qual livro que você leu cuja “cena final” você jamais conseguiu esquecer?

É Tarde Para Saber – Josué Guimarães

6 – Você tinha o hábito de ler quando criança? Se lia, qual tipo de leitura?

Sim.  Mas não lembro o que lia. Já adolescente gostava de poesias, romances, Machado de Assis, Drummond, Goethe.

7 – Qual o livro que você achou chato, mas ainda assim o leu até o final?

Extensão do Domínio da Luta – Michel Houellebecq

8 – Indique alguns dos seus livros favoritos.

Memória de Minhas Putas Tristes – Gabriel Garcia Marquez

A Mensageira das Violetas – Florbela Espanca

Dom Casmurro – Machado de Assis

Budapeste – Chico Buarque

Minhas Histórias dos Outros – Zuenir Ventura

O Próximo Amor – Yves Simon

O Lado Fatal – Lya Luft

Reunião de Família – Lya Luft

A Sangue Frio – Truman Capote

9 – Qual livro você está lendo no momento?

Fragmentos – Caio Fernando Abreu

Aprendendo Action Script 3.0 – Rich Shupe e Zevan Rosser

Media Handbook: um Guia Completo para Eficiência em Mídia – Helen Katz

Outros para minha monografia.

Desistir de ti é desistir de mim

Por Juliana Ramiro

Por mais difícil que possa ser o caminho, eu escolho viver, não apenas existir.

Como já disse o poeta, viver sem ter amor, não é viver.

Desistir de ti é desistir de mim.

Se tua felicidade não é suficiente, vou ser muito feliz, tanto que minha felicidade será suficiente para nós, até que encontres a tua.

Se sentes que tuas energias estão acabando, eu serei uma fonte, e vou alimentar a minha e a tua vida, com a energia necessária para iluminarmos uma cidade inteira, e se quisermos o mundo.

Se teu caminho parece confuso, o meu será uma reta, e eu serei a tua bússola, e se mesmo isso não for suficiente, serei tua guia, e caminhando ao teu lado, estaremos juntas na saída.

E se teu fardo parece pesado demais, o meu será leve o bastante para que possa dividir o teu fardo contigo. E quando terminarmos o transporte, meus braços ainda serão teus, e os teus meus, no abraço da vitória.

E se nada disso funcionar, ainda sim vou estar ao teu lado, e vamos começar tudo de novo. Tentar faz parte da vida. E eu acredito que pode dar certo.

Entenda, mesmo que tudo pareça dar errado, pouco importa, por que eu e tu já demos certo.

Desejo todo amor do mundo para ti, mas, acima de tudo, o meu.

“Cantar para você dormir” – Minha mais recente lembrança.

Sim, a vida é insuficiente

Por Juliana Ramiro

Estou numa semana inspiradora, semana de mudanças, realizações. Papéis encaminhados, tornando real o sonho da casa própria. Semana daquelas que a gente não caminha, pula de alegria. Hoje acordei cedo, cheguei ao trabalho e, como de costume, abri meus e-mails e redes sociais. O primeiro texto que pulou nos meus olhos foi “linkado” por uma amiga, ela sabia o quanto aquelas palavras seria interessantes para mim. E foram. Muito. Tanto que resolvi escrever sobre elas.

“Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. (…) Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.” (Eliane Brum – colunista Época)

Nem sempre tive a melhor relação do mundo com meus pais, sou uma pessoa difícil e, claro, herdei muito deles. Em épocas mais conturbadas, penso que seria melhor ser alguém mais simples, que isso traria uma paz constante para nossa relação pais e filho. Ser fácil me parece pobre, admirável, mais vazio. Costumo dizer que não nasci para isso, assim, a idéia de facilitar as coisas entra, mas logo sai dos meus pensamentos, que são muitos.

Desde muito pequena pensar é um exercício constante. Minha mãe que o diga. Lembro como se fosse hoje, devia ter uns 11 anos, e todas as minhas conversas com ela começavam assim: “Mãe, sabe o que eu tava pensando…”. E a partir dali ela ouvia meus plano para o futuro, o que eu ia fazer de faculdade, a carteira de motorista que queria tirar, onde gostaria de morar, meus planos de morar sozinha, os próximos cursos que faria. Depois de ouvir, ouvir e ouvir, lá pela décima vez que introduzia o “Mãe, sabe o que eu tava pensando”, ela dizia: Filha, pára de pensar um pouquinho, vamos viver o hoje.

Viver o hoje foi sempre uma dificuldade para mim, confesso. Sempre quis estar adiante. Chegar na frente, ser logo gente grande, ter responsabilidades. Acho que isso é mérito meu, mas tem muito de meus pais. Posso dizer que fui uma criança que ouvi uns “Te vira, meu filho”. E com o tempo, deixei de ouvir, pois peguei gosto por me virar cada vez mais sozinha. Não fui uma criança triste por ouvir, desde sempre, que a vida não era um morango, que chantilly era caro, que éramos pobres e que tudo viria mediante muito esforço. Tive ótimos exemplos e aprendi a dar valor às coisas simples, como um almoço em família, um chá com bolacha Maria.

Hoje, sempre consulto meus pais para grandes realizações, mudanças, e conto com o apoio deles. Mas a palavra final é sempre minha. Isso me faz bem. Como diz Eliane Brum na sua coluna, e eu apoio, crescer é compreender que a vida é insuficiente, e que por isso é melhor não perder tempo. O meu maior medo é não ter tempo de fazer tudo que passa pela minha cabeça. Por isso vivo em constante corrida. Viver correndo é ruim? Não sei. Há quem diga que sim. Como cantou Caetano Veloso, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Eu aceito a dor e faço a delícia, a minha recompensa, valer muito a pena..