Por Juliana Ramiro
A cama estendida, meus sapatos dentro do armário, os pijamas dobrados, a pasta de dente, os pratinhos dos gatos cheios de comida. A escova no banheiro, ao lado da minha, a louça no escorredor, a pasta que organizo meus papéis, os bilhetes no mural, os filmes de um dia de molho. A barra de chocolate no balcão, o meu coração, a minha alegria, a minha casa.
É difícil ficar com todas essas coisas perto e longe do principal. E mesmo que nada disso existisse, ainda tenho lembranças, carinhos, conchinhas, abraços, histórias, sorrisos, risos, choros, planos e sentimento.
É impossível apagar tudo isso e não quero. É impossível não sentir falta. É impossível não lamentar pelo caminho. É impossível sorrir como antes. É impossível não lutar para ter o que é meu e tudo que é dela de novo.
“Vejo a vida passar sem graça
No vazio dessa casa
Fico a imaginar, você parece estar aqui
Pode ser que eu esteja sonhando demais
Só eu sei quanta falta você me faz” (Fábio Jr.)