Arquivo da tag: juliana

8 de Março de 2016 – Dia de Luta

never

Neste dia 8 de março, mais uma vez, queria falar sobre as mulheres e as meninas. Cresci numa família de grandes mulheres, que foram em busca dos seus sonhos e alcançaram suas liberdades. Meu avô materno quis – e conseguiu – que todas as filhas estudassem. Na cabeça dele, tendo uma formação elas poderiam se sustentar e não seriam dependentes de ninguém. Ele, na criação delas, mesmo que com outro nome, falava de empoderamento. Eu nasci com isso muito forte dentro de mim.
Claro, como em todas as famílias – umas mais, outra menos – a minha também tem cenas de machismo, das quais não me orgulho, mas me orgulho em dizer que sei que estamos tentando. E que sempre tivemos espaço – nós mulheres – de lutar contra ou propagar essas cenas. Somos livres. Da família da minha mãe sou a única neta, mas nunca fui tratada de forma diferente, nem excluída das brincadeiras dos guris e nunca vi, na fase adulta, nenhum deles tratando uma mulher com desrespeito. Por essas e outras, sinto que estamos no caminho certo.
Sim, existe machismo, existe preconceito, existe desrespeito. E isso é de gerações e só será modificado com luta e, claro, tentativas de superação. Admiro minha família por isso.
Por fim, sobre as meninas que logo devem compor a próxima geração dos Figueiró, espero que elas sejam educadas ainda mais livres e empoderadas. Que contemos a elas a importância e o desafio que é ser mulher numa sociedade como a nossa, que as ensinemos a serem princesas, mas não essas que precisam se comportar para encontrar o príncipe encantado, mas que elas possam encantar seus pares por sua força, coragem e espontaneidade. E, também, que nossos meninos já nasçam sabendo que devem respeitar e admirar as mulheres.
Hoje, não é fácil ser mulher, mas “It was never a dress” e a luta continua.

Aprender também ensina

mami

No dia das mães, época em que todo mundo escreve suas homenagens, matutei sobre o tema e divido com vocês um resumo de uma história, um pedacinho de um amor e de uma aprendizagem.

Sou filha de professora, assim, desde cedo, a educação, o ensinar, o aprender, o ECA e o Paulo Freire estiveram muito presentes na minha vida. Se a gente pensar educação como sinônimo de bom comportamento, de respeito às regras, de fato, minha casa foi de ferreiro e minha educação o tal espeto de pau. Nunca fui exemplo de passo certo, mas sempre aprendi e me fiz aprender.

Tenho certeza, e isso não é arrogância pois tem bases reais nas histórias que minha mãe conta (e repete), que fui uma criança que deu trabalho, mas que ensinou muito. Como diz minha mãe, quando o Rafa nasceu, ela era uma criança cuidando de outra, tinha 20 anos. E a mesma criança, três anos depois, cuidando de duas, quando cheguei na vida deles. Talvez o que descrevo abaixo seja fruto desta juventude da minha mãe – atitude que preserva até hoje.

O Rafa também ensinou muito a ela, foi o primeiro filho. Mas aqui o texto é meu, minhas regras, minha mãe e me permito contar apenas a nossa história. Encarem isso como licença poética.

Bom, com o meu nascimento, a mãe testou o fato de um filho não ser igual ao outro e aprendeu que uns precisam de mais espaço para crescer. Ela aprendeu novas respostas a novos porquês. Aprendeu a cuidar de uma menina. Aprendeu a fazer chucas numa cabeça em fuga. Aprendeu a ouvir um dia inteiro de “O Pezinho” no violão e ainda sorrir com o progresso. Aprendeu a ser uma mãe de uma menina que gostava de futebol, de música, de luta e de nunca fazer a mesma atividade, do mesmo jeito, por muito tempo. Aprendeu a mostrar, numa rotina sem tempo, mínimo interesse em repetidas frases que iniciavam com a expressão “sabe o que eu tava pensando?”. Ela aprendeu a respeitar que menina nem sempre gosta de saia e tamanco e que, por vezes, preferem assistir tv no quarto e não falar sobre os próprios sentimentos. Aprendeu a ser uma melhor amiga, não pelo fato de ser confidente, mas por ser um ombro amigo e um porto seguro.

Os anos passaram e ela seguiu aprendendo. Aprendeu que os filhos são do mundo. Aprendeu a respeitar nossos caminhos. Aprendeu a apoiar sonhos furados. Aprendeu a respeitar nosso silêncio. Aprendeu que conforme o tempo ia passando, íamos virando um abrigo mútuo e que até podíamos trocar de papel algumas vezes e que isso jamais seria um problema. Minha mãe aprendeu tantas outras coisas… mas eu disse que contaria um resumo de uma história. Paro por aqui.

E, para concluir, afirmo que meu texto nunca foi e nunca será uma ata para registrar tudo que minha mãe aprendeu comigo. Não pretendo cobrá-la por isso. (Muitos risos!) Estas palavras são apenas um registro meu de tudo que aprendi sobre ser mãe com ela. E, se hoje reconheço e dou valor para a mãe que tenho é mais um sinal de que aprender também ensina. E mais um sinal de que ela faz um ótimo trabalho!

Mãe, te amo daqui até o céu – ida e volta!

(Meu texto é sobre uma mãe, a minha. E que esta data possa servir para reconhecermos e declararmos nosso amor, mais uma vez, não só pela mãe que nosso RG nos sugere, mas por todos aqueles homens e mulheres que ensinam e aprendem o amor com seus filhos.).

Abaixo a fidelidade, a moda agora é engajar

Steve-Jobs

Juliana Ramiro

“Porque aqueles que são suficientemente loucos,
que acreditam que conseguem mudar o mundo,
são aqueles que conseguem.” Think Different – Apple

A grama do vizinho sempre foi mais verde e continuará sendo. Sempre vai existir alguém mais bonito, mais inteligente, mais disponível, melhor de vida, com mais dinheiro. Hoje, o que sustenta as relações não é a fidelidade e sim a felicidade.

Enquanto um estiver feliz, este estará engajado, pois não arriscará sua felicidade. E essa decisão não é tomada apenas uma vez na vida, no grande momento do sim. A decisão se refaz todos os dias.

Cada dia ruim vai somando na balança, até que ela pende para o outro lado. Parece terapia de casal, mas estou falando de Branding 3.0. Na gestão 3.0, as marcas entenderam a necessidade de falar com o mercado, seus concorrentes mas, principalmente, com as pessoas, desenvolvendo o campo sócio-ambiental, isto é, a razão de ser e existir das marcas. Nisso, o cartão fidelidade ficou no passado, mas então, fica a pergunta: Hoje, o que conquista as pessoas?

Se desse, convocaria Steve Jobs para responder. Já ouviu falar da campanha “Think Different”, isto é Pense Diferente, da Apple? E do discurso de Jobs para os formandos da Universidade de Stanford, na Califórnia, em 2005, considerado o discurso mais marcante da história? Pois é, estes dois textos estão num arquivo escondido dentro dos computadores Mac. Duas mensagens inspiradoras para clientes que merecem mais do que um produto de qualidade, envolto de inovação.

O que conquista as pessoas? Boas histórias, diria Jobs. Histórias que possam ser contadas diariamente, que façam sentido, que sejam uma boa experiência e que façam as pessoas se sentirem parte de algo maior. Boas histórias não fidelizam ninguém, mas trazem felicidade. E isso engaja!

(Texto publicado originalmente no blog da bitconteudo.com.br)

.